terça-feira, 3 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
O amor
90% das pessoas
Que falam em amor
Não sabem do que falam
Ah, querido,
O amor é alguém
Que raramente aparece
Mas quando sai das sombras
É sol resplandecente
Fere de morte
Cativa a lembrança
Fisga a memória
E torna impossível
a tarefa de desvencilhar-se
dele
Bate à porta
de maneira tão suave
Que ninguém resiste
e abre
Traz uma alegria gostosa
Mas logo em seguida
Uma angústia
Ai, uma dor
Inexplicável
Incalculável
Inexprimível
O sintoma mais cruel
do amor
É a incapacidade
de esquecer
Praga
- Sabes? Vivi uns tempos em Praga
Despertou de imediato meu interesse. Amo o leste europeu.
- Foi mesmo? Foi fazer o quê, lá?
- Fui de intercâmbio. Praga é linda demais, precisas conhecer.
- Pois, tenho muita vontade de ir, mesmo... diga aí alguma coisa em checo!
- Ahahahaha, nem sei mais de nada... só aprendi a pedir cerveja, essas coisas...
- Ah, mas tinha aulas em que língua? Inglês?
- É, eu me virava, sabes? Eu me virava bem. Praga é linda, precisas conhecer.
- Adoro o leste. Um dia eu vou.
- Fui também à Hungria, Polônia...
- Conheço a Polônia. Amo o país.
- Foi a Cracóvia? Varsóvia?
- Às duas. Era um sonho. Realizado, agora.
- Epá, não existe coisa pior que o húngaro.
- Ih, imagino...
- É difícil demais. Eu não percebia nada. Ouvi dizer que a língua surgiu de uma tribo asiática que se instalou na Europa e fundou o país. É enrolada demais, não percebes nadica!
- Acho que foi o Chico Buarque quem disse que o húngaro é a única língua que o diabo respeita!
- Pois, tenho certeza que o diabo respeita, mesmo... porque também não percebe nada!