Meus olhos secos
não conhecem lágrima,
nem dor.
A dor é como a vergonha:
se sente uma vez só.
Restou a mim ser forte.
Nunca houve alternativa,
a não ser esta,
de disfarçar o querer.
De não ter querer!
Mulher não tem querer.
Não me cabe escolha.
Meu comboio de corda descarrilou,
perdeu rumo e prumo,
vícios e vontades.
Eu, de pontos finais,
passei a ser reticências...
Incerteza é meu nome;
transição, o meu bem
maior.
Perdi os controles todos.
As ilusões de controle.
Estou só e vulnerável.
E agora, que somos só
eu e tu,
quítame.